Os vereadores da base aliada do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice, Dra. Zeli Fritsche (PDT), rejeitaram nesta quarta-feira (10) o requerimento 003/2021 de autoria da vereadora Cláudia Aguiar (PSDB) que buscava investigação a cerca denúncias sobre possíveis contratações ilegais e concessão de "super salários" na Secretaria Municipal de Saúde de Valparaíso de Goiás.
"Não desmereço nenhum dos meus colegas vereadores, mas o meu mandato está a serviço da população, e não do prefeito, se há a suspeita de irregularidade, de corrupção, ainda mais uma dessas, com tantos elementos e documentos oficiais, o meu papel principal é averiguar, propor a investigação, mas se os outros preferem deixar para lá e proteger o governo, eu terei que respeitar o voto da maioria", justificou a parlamentar vencida.
Segundo a denúncia feita base em documentos retirados do próprio portal da transparência, pseudomos apadrinhados do prefeito Pábio e da vice Zeli teriam sido contratados pela Secretaria de Saúde sem que tivessem passado pelo chamamento público obrigatório, alguns deles inclusive recebendo 'super salários'.
No suposto esquema, o órgão ainda teria concedendo cargos e benefícios à pessoas ligadas ou aos próprios Conselheiros Municipais, responsáveis pela fiscalização e aprovação das contas da pasta.
Há na denúncia o caso que chama mais atenção do médico Adriano Gonçalves de Oliveira, que pelas matriculas 59757, 52344 e 55497 recebeu R$ 443 mil bruto em apenas 10 meses de 2020, de fevereiro à novembro.
Somados seus contratos, o Dr. Adriano tem uma carga horária no município de 224 horas mensais, que distribuídas igualitariamente daria 7 horas e quase meia em todos os dias do mês, ininterruptamente, porém ao ser procurado no CAIS, onde é diretor técnico, o médico não estava presente na sexta-feira, nem no sábado recente, por exemplo.
Para justificar a negativa de investigar os fatos a "tropa de choque" do prefeito partiu para cima de vereadora, tentando dar cunho pessoal para a apresentação.
O presidente da casa, vereador Plácido Cunha (Avante), por exemplo, argumentou sobre plantões com mais de 24 horas, sem atentar para o total de horas mensais dos denunciados, que em alguns casos exigiria a presença do profissional na unidade de saúde, sem nenhuma folga ao ano.
"Estão tentando inverter a situação, me fazer passar pelo papel de 'denuncista' para descredenciar meu trabalho, mas não vou deixar que fazer o que tenho de fazer para agradar ou proteger A ou B que não seja a população" disse a vereadora que completou, "Posso até ser voto vencido sempre, mas a consciência está tranquila. Vou continuar fazendo o que sou paga para fazer e quem não quiser fazer, que responda à sociedade".
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