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  • Carlos Guglielmeli

No ritmo atual, Brasil levaria mais de 4 anos para vacinar toda a população

No ritmo em que a vacinação contra a Covid-19 é conduzida atualmente no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada.


O cálculo é baseado na média de pessoas que receberam a primeira dose da vacina por dia desde a primeira aplicação em 17 de janeiro, que hoje está em torno de 200 mil, dividido por dois, já que são necessárias duas doses para completar a imunização.


Portanto, para atingir os 160 milhões de brasileiros acima dos 18 anos, contados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e inseridos pelo Ministério da Saúde nos primeiros grupos prioritários, serão necessários 1.600 dias ou 4 anos e 4 meses, lavando em conta da média de 100 mil vacinados por dia com as duas doses.


Lentidão do Governo Federal para comprar as vacinas contra a Covid-19 se torna dramática diante do avanço da doença no país / Foto: Gazeta do Povo (com edição da redação)
"Este ritmo é lamentável. Já em plena pandemia de Covid, conseguimos vacinar 54 milhões de pessoas contra a gripe em cem dias, sem grandes esforços. No caso da covid, deveríamos conseguir no mínimo o mesmo número; idealmente mais, se abríssemos postos de vacinação em estádios e escolas", disse o microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida


A escassez de vacinas é apontada por especialistas como a maior causa da lentidão do processo, que já começou depois de cerca de outros 50 países.


Por causa do número muito reduzido de doses que chegaram até então no país, foi preciso estabelecer prioridades, limitar a quantidade de pessoas que poderiam ser vacinadas por dia. Além disso, na ausência de uma coordenação nacional por parte do governo federal, cada Estado definiu sua estratégia e cronograma diferente.


"Se não houver um clamor popular, uma grande pressão para a compra de vacinas, vão continuar morrendo mais de mil pessoas por dia", declarou à CNN Brasil o epidemiologista Fernando Barros, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).


"Com a questão das variantes do vírus, a situação pode se agravar e será ainda mais difícil abafar a infecção. Estou vendo muito pouco movimento para a gravidade da situação. O único jeito de sairmos dessa situação dramática é comprar mais vacina. Precisamos de uma quantidade suficiente para deslanchar o programa de imunização", completou Barros.


O Brasil já registrou mais de 9,3 milhões de casos de Covid-19 e mais de 230 mil mortes desde o início da epidemia, segundo o consórcio dos veículos de imprensa. Nos últimos sete dias, a média móvel de mortes foi de 1.051 e já são 15 dias com essa média acima da marca de mil óbitos diários. Até aqui, 3,5 milhões de pessoas receberam apenas a primeira dose da vacina contra o vírus.

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