Mudança da transmissão da F1 para Band vai além das questões financeiras com a Globo

As justificativas mais ventiladas desde meados de 2020, após o primeiro anuncio de que a TV Globo e a Liberty Media, dona da F1, não tinham chegado a um acordo para renovar o contrato de transmissão da categoria no Brasil eram as questões financeiras, porém a proposta apresentada pela Band, aceita pela categoria, mostra que os problemas iam além do dinheiro.

Segundo informações de periódicos especializados, a Rede Globo buscava a renovação, fez em uma proposta esta semana de U$S 10 milhões (cerca de R$ 53 milhões) anuais pelo contrato, porém a Liberty declinou e fechou acordo com a Band para 2021 e 2022, aceitando a modesta oferta de sociedade nos lucros arrecadados com publicidade durante as transmissões.

Foto: F1 (Com edição do Jornal)

Desde quando comprou a categoria em 2016 por US$ 8,5 bilhões, cerca de R$ 45,7 bilhões no câmbio de sexta-feira (05), a Liberty não vinha satisfeita com o tratamento que a rede de TV da família Marinho dispensava à F1. A suspensão da transmissão aberta dos treinos oficiais aos sábados, dos pódios, que ficaram restritos à internet, o corte integral de corridas, priorizando partidas de futebol e a objeção à Streaming da própria modalidade foram elementos de desgastes na relação.

Apesar do investimento na Streaming F1 TV Pro, que deve estar disponível para o Brasil já a partir deste ano, a Liberty sempre declarou nunca ter pretendido deixar as transmissões abertas no país onde o esporte tem seu segundo maior público, atrás apenas da China.

Outro fator considerado importante para a concretização do acordo entre a Band e a Liberty foi intermediação de Jayme Brito, que durante anos atuou como produtor executivo da categoria na Globo e teve seu contrato rescindido pela emissona no meio do ano anterior.

A jornalista responsável por acompanhar o circo da F1 pelo mundo, Mariana Becker, é esposa de Brito e pediu demissão da Globo na sexta-feira (06) já para assinar com a Band