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Carlos Guglielmeli

Ministério da Saúde só consegue comprar 17% dos remédios de intubação pretendidos

O Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para refazer a reserva técnica de remédios do chamado kit intubação, que está praticamente zerada.


Esses medicamentos são usados no tratamento de pacientes de Covid-19 em estado grave. Uma nota técnica elaborada no dia 12 pela pasta e obtida pelo Estadão, mostra que o governo tentou comprar doses dos medicamentos para seis meses, mas só conseguiu 17% do planejado.


Foto: Amanda Perobelli / Reuters

Em meio à explosão de casos de Covid-19 no País, hospitais estão restringindo o atendimento de pacientes por falta de remédio.


O ministro Marcelo Queiroga disse na quarta-feira (12) que deve receber mais lotes em até dez dias. Esses remédios garantem que o paciente seja intubado sem sentir dor e sem tentar arrancar o tubo em reação involuntária, quando também ocorrem paradas cardíacas, por exemplo.


O estoque federal de nove medicamentos do kit acabou, e as reservas de outros dez estão quase no fim. A responsabilidade de comprá-los costuma ser de Estados, municípios e hospitais. No entanto, o próprio documento determina que, com o risco de desabastecimento nacional, o ministério tem o papel de facilitar as compras. A pasta vem recebendo alertas a respeito há mais de um mês.


Analgésicos, sedativos e remédios que controlam o coração e a circulação pulmonar estão entre os itens que acabaram. O maior estoque é do sedativo Cetamina, com previsão de durar 19 dias. O ansiolítico diazepam dá para mais quatro dias; o hemitartarato de norepinefrina, para pouco mais de 24 horas.


Segundo a nota técnica obtida pelo Estadão, o ministério vinha mantendo a reserva por meio de pregões de compra de 2020. Agora, destaca a "considerável baixa no estoque" e alerta para a dificuldade de compra no País e no exterior.


Procurada pela reportagem do periódico, a Saúde não informou o volume ideal da reserva, mas o documento fala em montar estoque para seis meses. Em reunião com a Casa Civil no fim de março, ficou acertado que a Saúde compraria cerca de 186 milhões de doses dos medicamentos, o suficiente para 180 dias. No entanto, só foram obtidas 32,48 milhões de unidades (17%).

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