Maguito Vilela, prefeito eleito de Goiânia e ex-governador de Goiás morre de Covid-19

O prefeito eleito de Goiânia (GO), Maguito Vilela (MDB), de 71 anos, morreu nesta quarta-feira (13) em decorrência de complicações causadas pela Covid-19.

A informação é do Hospital Albert Einstein.

Maguito Vilela, prefeito eleito de Goiânia morre ais 71 anos, vítima da Covid-19 / Foto: Folha UOL

Vilela foi internado inicialmente no hospital Órion em Goiânia, no dia 20 de outubro, com sintomas leves da doença e foi transferido para o Albert Einstein na capital paulista uma semana depois, onde foi entubado pela primeira vez três dias depois.

Inconsciente em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Maguito foi eleito prefeito de Goiânia no segundo turno com 52,6% dos votos, derrotando Vanderlan Cardoso (PSD).

Com a morte de Vilela, o vice, pastor Rogério Cruz (Republicanos), assumirá a prefeitura de Goiânia definitivamente.

Como foi a doença:

O emedebista testou positivo para Covid-19 no dia 20 de outubro, quando apresentava sintomas leves. Antes disso, em agosto, ele havia perdido duas irmãs, Nelita de 82 anos, e Nelma de 76 para o coronavírus, num intervalo de menos de dez dias.

Em uma semana, o quadro de saúde do prefeito se agravou de maneira significativa. Maguito atingiu um nível crítico de oxigenação, com até 75% dos pulmões comprometidos pelo vírus, e foi transferido, por decisão da família, de um hospital em Goiânia para o Albert Einstein, na capital paulista.

No dia 30 de outubro, Vilela foi intubado pela primeira vez devido à insuficiência respiratória. Desde então, seu quadro variou entre melhoras momentâneas e pioras dramáticas.

Após uma melhora, o tubo foi retirado no dia 8 de novembro. O então candidato acordou da sedação e estava consciente, respirando por conta própria, até piorar no dia 15 de novembro, quando Maguito ficou mais ofegante que o normal, com dificuldades para respirar.

O político então foi colocado para dormir no mesmo dia em que passou para o segundo turno das eleições em primeiro lugar, a frente de Vanderlan Cardoso.

Dois dias depois, no dia 17 de novembro, Maquito fez uma traqueostomia para proteger o sistema respiratório, já que a intubação prolongada gera riscos, como lesões na garganta e prejuízo às cordas vocais.

Depois do segundo turno das eleições, na quinta-feira (10/12), Daniel Vilela, filho de Maguito, também político e presidente do MDB em Goiás, disse em entrevista à TV Anhanguera, da Rede Globo, que o pai demonstrou "plena consciência" de que tinha sido eleito após ter uma redução dos sedativos. O filho contou ainda que o prefeito eleito "deu um sorrisinho" e "fez um gesto afirmativo" ao ser informado de que tinha vencido as eleições.

Em 11 de janeiro ele apresentou uma sangramento nos pulmões e foi submetido a uma cirurgia, mas após apresentar uma melhora recente, a infecção teve uma piora forte nos últimos dois dias.

Desde 18 de outubro, quando apresentou sintomas da doença, a campanha de Maguito para prefeito foi feita pelo filho Daniel Vilela, além do candidato a vice, o pastor Rogério Cruz (Republicanos).

Trajetória política

Antes de ser eleito prefeito de Goiânia, Maguito teve longa trajetória política. Foi vereador em Jataí (GO), deputado estadual, deputado federal constituinte, vice-governador e governador de Goiás, senador e por duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia (GO).

Em 2007, foi nomeado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, como vice-presidente do Banco do Brasil. Ao lado do filho, foi citado nas delações de executivos da Odebrecht, sob acusação de ter recebido R$ 1,5 milhão em caixa dois para campanha.

Na época, tanto ele quanto o filho negaram as acusações e disseram desconhecer os delatores.