"Há prova para indiciamento de membros do governo", diz presidente da Covid-19
O presidente da CPI da covid-19, senador Omar Aziz (PSD), disse que, com um mês de funcionamento, o colegiado já conseguiu reunir evidências de que o presidente Jair Bolsonaro seguia orientações de um "gabinete paralelo" ao Ministério da Saúde e agiu de forma "deliberada" para atrasar a compra dos imunizantes, apostando exclusividade na controversa "imunidade de rebanho" pela contaminação livre.
Na avaliação do senador, as ações do presidente, contrárias ao isolamento social e ao uso de máscara de proteção, mostram que ele apostava na imunidade a partir do contágio e no tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina. "Essas duas coisas estão diretamente ligadas a ele. Não tem jeito. Ele (Bolsonaro) foi quem falou diretamente sobre cloroquina", destacou.
Após ouvir dez depoimentos, Aziz está convencido de que a posição de Bolsonaro tem por trás as orientações de integrantes de um "gabinete paralelo" na pandemia, formado por médicos e auxiliares do governo defensores de medicamentos sem respaldo da comunidade científica.
"Ele se reunia muito mais com o 'gabinete paralelo' do que com o ministro da Saúde", disse Aziz, que completou: "Comportamento atípico em relação a qualquer líder mundial. Nem em uma republiqueta, que não tem absolutamente nada, o líder fica sem máscara, fica falando esse tipo de coisa. Vocês lembram que o Pazuello disse que se reunia com o presidente uma vez por semana, quiçá de 15 em 15 dias? Não se reunia com o ministro, mas se reunia naquele 'gabinete paralelo' diariamente".
Comentarios