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  • Carlos Guglielmeli

Governo Mossoró gasta 30 vezes mais com tapa-buracos descartáveis do que com asfalto definitivo

Está marcada para a manhã desta terça-feira (27) em Valparaíso de Goiás a abertura das propostas da concorrência 001/2021 que vai contratar empresa especializada, entre outros, no serviço de tapa-buraco, num investimento de R$ 24,46 milhões.


Imagem meramente ilustrativa de operação tapa-buraco realizado no Jardim Céu Azul / Foto: Reprodução

Chama a atenção a prioridade e alto valor, que o governo do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice Zeli Fritsche (PDT) está destinando a uma ação, normalmente paliativa e descartável, em detrimento de obras duráveis ou definitivas, como o recapeamento asfáltico em vias com pavimentação danificada ou asfaltamento em vias ainda não pavimentadas.


Buracos ainda com as marcas da ação de tapa-buraco, que se perdeu na primeira chuva / Foto: Reprodução

A única licitação em andamento para recuperação asfáltica na cidade é a tomada de preço 001/2021 que pretende investir 30 vezes menos, apenas R$ 673 mil nos bairros Marajó (duas ruas), Céu Azul (duas ruas), Esplanada I (duas ruas), Esplanada II (duas ruas), Ipanema (4 ruas), Anhanguera (uma rua) e Pacaembu (uma rua).


Segundo o técnico em estradas, formado na Escola Técnica Federal de Mato Grosso, Fabrício Boiadeiro, "A preferência pelo serviço de tapa-buracos normalmente é uma estratégia para a prática de corrupção, já que poucos dias após a realização dos trabalhos já é impossível auditar o que foi e o que não foi verdadeiramente feito, ainda mais em uma malha viária já reparada várias vezes".


Mais grave do que a preferência dada ao serviço descartável, pode ser o fato de que o governo Pábio e Zeli estaria pagando cerca de R$ 80,90 pelo m² de tapa-buraco e algo em torno de apenas R$ 46,12 pelo m² de recuperação asfáltica, segundo a programação financeira da primeira e o demonstrativo de área da segunda.


"O normal é que recapeamento seja bem mais caro. Deveria custar pelo menos o dobro do que o tapa-buraco, porque envolve material usinado, mais nobre do que o usado normalmente no tapa-buraco", destaca Jorge Ceratti, especialista em pavimentação e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


A última grande obra de recuperação asfáltica vista em Valparaíso foi feita em 2012, pela então prefeita Lêda Borges (PSDB), onde R$ 6 milhões de investimento foram suficientes para recapear todas as Etapas do Valparaíso I, o Valparaíso II, parte do Jardim Oriente e algumas vias do Céu Azul. Até hoje, a grande maioria ainda permanece em bom estado.


Questionada sobre o assunto, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás não se manifestou até o fechamento desta matéria.


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