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  • Carlos Guglielmeli

Covid-19: Dimas Cocas desmente Pazuelo e comprova que governo Bolsonaro ignorou ofertas de vacina

O depoimento na CPI da covid do diretor do Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento, importação e depois a produção da CoronaVac no Brasil, Dimas Covas, está sendo chamado de "demolidor".


O dirigente trouxe para a Comissão oficios e correspondências que comprovam de quando a quando a compra do imunizante foi negociado com o Governo Federal.


Dimas Covas depõe na CPI da Covid / Foto: Agência Senado

A guerra política que envolveu essas negociações estão no centro do interrogatório de Dimas Covas. Aos senadores, o diretor do Butantan apresentou oferta que, se tivesse tido a intensão de compra confirmada pelo Ministério da Saúde em julho do ano passado, 60 milhões de doses da vacina poderiam ter sido entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) até dezembro de 2020. A proposta, no entanto, não teria tido retorno do governo.


Dimas Covas ainda desmentiu a declaração do ex-ministro Eduardo Pazuello, de que as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a CoronaVac não teriam influenciado as negociações.


Segundo o diretor do Butantan, as tratativas, devidamente documentadas, para a aquisição do imunizante correram bem até 20 de outubro, quando Pazuello anunciou o fechamento em torno da proposta que envolvia 100 milhões de doses.


"Aí no outro dia de manhã (após anúncio do Ministério sobre CoronaVac), infelizmente conversações não prosseguiram porque houve manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que vacina não seria incorporada", afirmou o diretor.


O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou vídeos envolvendo o caso, tanto das manifestações de Bolsonaro como do então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Após a fala do presidente, ele declarou que não havia intenção de comprar vacina chinesa, uma referência à Coronavac.


De acordo com Covas, o cenário só mudou em janeiro, quando o contrato com o Ministério da Saúde foi fechado, o que para o diretor do Butantan, foi fruto de tentativas frustradas do governo em adquirir outros imunizantes e da pressão popular incentivada pelo agravamento da pandemia.


Ele ainda reforçou que, se a contratação com a pasta tivesse ocorrido antes, as 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadas em maio deste ano "e nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de doses serão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação à matéria-prima", relatou.


Para o diretor do Butantan, o apoio do governo federal à produção da Coronavac, que segundo ele não aconteceu, poderia ter conferido "maior velocidade" ao desenvolvimento do imunizante:


"Essa vacina não teve o apoio (do governo federal) na hora que foi solicitado, e poderia ter dado uma velocidade maior ao desenvolvimento. Poderíamos ter, como mostrei em vários depoimentos, um quantitativo maior de vacinas disponíveis para o Brasil no momento adequado", concluiu Dimas Covas

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