Ao sair do Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores que aguarda "uma sinalização do povo" para "tomar providências" a respeito das consequências econômicas causadas pela pandemia da Covid-19, entre elas o aumento da fome e da miséria.
Bolsonaro também abordou a atuação do Supremo Tribunal Federal dizendo que não quer brigar com ninguém, mas, segundo ele, "estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil".
"O Brasil está no limite. O pessoal fala que eu devo tomar providências. Eu estou aguardando o povo dar uma sinalização. Porque a fome, a miséria e o desemprego estão aí. Não vê quem não quer", disse ele.
O presidente também afirmou que "alguns" pedem providências imediatas e reforçou que fará "o que o povo quiser" que ele faça.
"Amigos do Supremo Tribunal Federal, daqui a pouco vamos ter uma crise enorme aqui. Vi que um ministro despachou um processo pra me julgar por genocídio. Olha, quem fechou tudo e está com a política na mão não sou eu. Agora, não quero brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil", completou o presidente em tom de aviso.
Segundo Bolsonaro, ainda "há tempo de mudar" "É só parar, usar menos a caneta e mais o coração", disse.
Na terça-feira (13), a ministra do STF (Supremo tribunal Federal), Cármen Lúcia, pediu ao presidente da Corte, Luiz Fux, para que paute o julgamento da notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por suspeita de genocídio contra as populações indígenas durante a pandemia do novo coronavírus.
Já na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso determinou ao Senado instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação do Governo Federal na pandemia e na terça o presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (DEM), leu o requerimento de abertura da Comissão, que também vai investigar o uso das verbas federais passadas aos entes federativos para o combate do novo coronavírus. Na tarde desta quarta, o plenário do Supremo decide se referenda ou não a decisão de Barroso.
Conteúdo baseado em publicação do Estadão
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